A sacralização da ordem temporal  – Parte II

Reportando-nos mais uma vez ao tema “sacralização da ordem temporal”, quero analisar brevemente neste post um aspecto desse fenômeno sociorreligioso, concernente não apenas à vida laical, mas presente também no dia a dia daqueles que entregam sua vida para servir a Deus.

 

Quando se fala em sacralização, fala-se de um conceito que se refere ao processo de imprimir um caráter sagrado ou divino a algo ou alguém. Felizmente, na maior parte do mundo ocidental, nos restos da civilização cristã desenvolvida no período medieval, ainda que de modo embaçado, são visíveis essas “impressões digitais” do divino. Assim, certa arquitetura, certas melodias – notadamente a gregoriana e polifónica –, determinadas manifestações artísticas nos conduzem a Deus. Ora, essa era histórica já passou; será possível em nossos dias retomar o processo de sacralização? Sim, é possível e é mais fácil do que supomos.

 

 

O primeiro passo para atingir esse objetivo é fazer com que as pessoas conheçam a Deus. A Santa Igreja tem em si costumes e instituições que foram criadas exatamente para a evangelização. Assim, as aulas de catequese, por exemplo, constituem uma das melhores oportunidades de aproximar o homem de Deus. Se ministradas na infância, tanto melhor, porque a alma preparada pelo santo Batismo está como uma folha em branco na qual pode se delinear a imagem de Deus, através da doutrina e dos exemplos. Mas, se só na idade adulta esta oportunidade se deu… é porque Deus permitiu – sem dúvida – por um bem maior.

 

As irmãs de Regina Virginum se preparam para essa missão em seus estudos e durante seu período de formação. Seu “campo de batalha” são as comunidades nas quais se inserem, sempre carentes das obras de caridade espirituais: 1) Ensinar os ignorantes; 2) Dar bom conselho; 3) Corrigir os que erram; 4) Perdoar as injúrias; 5) Consolar os tristes; 6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo e 7) Rezar a Deus por vivos e defuntos.

 

Procurando utilizar uma didática adequada à faixa etária, com frequência as primeiras verdades da Fé são apresentadas através de peças teatrais, com participação dos próprios catequizandos e muitas vezes de seus pais, que assim, além de se beneficiarem dos ensinamentos doutrinários, interagem com os filhos reforçando os laços afetivos.

 

 

Os cursos procuram ter uma duração suficiente para que atinjam seu objetivo de acordo com a finalidade a que se propõem: catequese para a Primeira Comunhão, para a Crisma, curso de preparação para o Matrimônio, nubentes e padrinhos.

 

Além disso, como um convite para um engajamento na vida paroquial, são oferecidos cursos para formação de leitores e cantores, para acólitos e ministros da Eucaristia.

 

 

Tornando a Igreja um ponto de reunião cujo centro é o Santíssimo Sacramento, as catequistas incentivam seus alunos, antes de tudo, a participar da Santa Missa, da Adoração Eucarística, da recitação do Rosário em conjunto, das procissões e de todas as atividades religiosas. Mas não menosprezam a participação nas festas paroquiais, em que procuram criar um ambiente sadio, alegre e cheio de respeito, como as quermesses, as festas dos padroeiros, as visitas domiciliares do Menino Jesus e tudo o que a piedade e o zelo pelas almas lhes inspirar.

 

Dessa maneira, praticando as obras de caridade, ensinando ou aprofundando as verdades da Fé, as irmãs imprimem nas almas que se abrem à graça os princípios sobre os quais se baseará a sacralidade que deve revestir todas as suas atividades, ambientes, relacionamentos.

 

E este é o primeiro e fundamental passo para a sacralização da ordem temporal.

 

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